"A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem marinha, incluindo a praia, cordões arenosos, depressões entre-cordões, dunas e margem de lagunas, com vegetação adaptada às condições ambientais”
Texto por Raissa Campos
Vegetação de Restinga:
Sobre a
restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um conjunto das
comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha, que ocorrem distribuídas
em mosaico e em áreas de grande diversidade ecológica, sendo consideradas
comunidades edáficas, por dependerem
mais da natureza do substrato que do clima. A cobertura vegetal nas restingas
pode ser encontrada em praias e dunas, sobre cordões arenosos, e associadas a
depressões.
Na restinga os estágios sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo
notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não favorece o
estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação e ausência
de nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de
porte e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os
diferentes tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde
formações herbáceas, passando por
formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a florestas cujo dossel
varia em altura, geralmente não ultrapassando os vinte metros. São em geral
caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras
comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade.
Zonas Úmidas:
Em muitas
áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste, ocorrem períodos
mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem grande influência
na distribuição de algumas formações vegetacionais. A periodicidade com que
ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são decorrentes
principalmente da topografia do terreno, da
profundidade do lençol freático e da proximidade de corpos d’água (rios
ou lagoas), produzindo em muitos casos um mosaico de formações inundáveis e não
inundáveis, com fisionomias variadas, o que até certo ponto justifica o nome de
“complexo” que é empregado para designar as restingas.
Formações Herbáceas:
As
formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante-dunas, em
locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou então
em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais próximas ao mar, predominam espécies
herbáceas, em alguns casos com pequenos arbustos e árvores, que ocorrem tanto
de forma isolada e pouco expressiva, como formando agrupamentos mais densos,
com variações nas suas respectivas fisionomias, composições e graus de cobertura.
A vegetação das praias e dunas tem ocorrência praticamente ao longo de toda a
costa brasileira, mas a sua exata circunscrição e os termos empregados para
designá-la variam muito.
As pressões antrópicas
no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram muitas
áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro.
Formações Arbustivas:
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que
para muitos autores constituem a restinga propriamente dita são os tipos
vegetacionais que mais chamam a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu
aspecto peculiar, com fisionomia variando desde densos emaranhados de arbustos
junto a trepadeiras, bromélias terrícolas e cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis,
intercaladas por áreas abertas que em
muitas locais expõem diretamente a areia, principal constituinte do substrato
nestas formações. Os termos “scrub” ,
“thicket”, “escrube” e “fruticeto” já
foram empregados para designar comunidades e/ou formações desta natureza,
notadamente na região litorânea.
Formações Florestais:
As
formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam
bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às
influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do
substrato, principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. Estas
florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir de 5m,
em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol
freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas,
com alturas em torno de 15-20m, muitas vezes associadas a solos hidromórficos e/ou orgânicos.
Estes dois
tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas decorrentes da
justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são bem
definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira,
geralmente em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são
claramente definidos e os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa
camada orgânica superficial, ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes
florística e estruturalmente àquelas situadas nas depressões entre os cordões.
Fauna de Restinga:
A fauna
ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos estudada quando comparada
com os conhecimentos que já acumulam-se sobre a composição e estrutura dos seus
diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudo tratando de grupos de animais
invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os artrópodos, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes
constituindo a maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados
ocorrente nas restingas brasileiras também é relativamente pouco pesquisada,
com destaque para os trabalhos
realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos
mamíferos e répteis.
Referências
Bibliográficas:
·
Resolução CONAMA Nº 303, DE 20 DE
Março de 2002
·
Diagnóstico das Restingas no
Brasil de Sandro Menezes Silva
FIGURAS:
· http://www.light.com.br/institutolight/cursos/Aula%204%20-%20Ecossistemas/Restinga_Rio_1.pdf
·
http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/vrestinga.html
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